quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Brasil das belezas

Texto 1 :
Brasil das belezas

        Nossa terra brasileira é um país muito bonito. Muitíssimo bonito. Ainda é, graças ao que sobrou de nossas imensas matas verdes, cheias de flores e frutos. Seus mares, às vezes verdes, às vezes azuis, de águas límpidas. Antigamente cheios de baleias soprando a água e de golfinhos dançando sobre as ondas. Nossos rios descomunais foram muito poluídos, mas ainda guardam uma peixaria imensa. Nossos céus azuis são a alegria da passarada inumerável, de todo colorido.
        Assim era o Brasil, a província mais linda do planeta. Mas desde a chegada do europeu, vem enfeiando demais. A verdade é que nós, brasileiros, não tratamos bem de nossa morada. Acabamos com milhares de espécies animais, grandes e pequenas, para criarmos, em lugar delas, aquelas poucas que nos são mais úteis, como as vacas, os cavalos, os jumentos, as cabras, os porcos, as galinhas, os patos, os perus, etc. acabamos também com imensas matas e campinas, a fim de plantar capim para os bichos ou lavouras para nossa comida. Isto, ainda que triste, é explicável. Adaptávamos as terras e as águas às nossas necessidades. Mas sempre se deixavam, aqui e ali, alguns bosques florestais, em que se podia ver como o Brasil foi bonito.
        Ultimamente, as coisas pioraram muito. As fábricas esfumaçando gases fétidos e vomitando ácidos nojentos nos rios. As lavouras abusando dos desfolhantes, inseticidas e fertilizantes químicos, em quantidades cada vez mais espantosas, estão envenenando as águas que estamos bebendo, poluindo os vegetais que comemos, acabando com os peixes e com os animais silvestres. As aves, antes, eram tantas, que escureciam o céu quando voavam. Hoje, quase acabaram, nas terras e nos mares.
        O certo é que vivemos desfazendo e apodrecendo o mundo belo que herdamos dos índios. Que será dos netos de nossos netos, se isso continuar? É preciso evitar o desastre previsível, defendendo agora as condições necessárias para que os verdes floresçam e os bandos de bichos silvestres se refaçam. Sem muita vida vicejante, nossa gente humana também sucumbirá. Um século mais do tipo de ocupação que fazemos destruirá toda a prodigiosa natureza brasileira.
        Assim como acabamos com a imensidão da Floresta Atlântica, acabaríamos também com a Amazônia, que é o pulmão da Terra, seria um suicídio feio, fruto da ignorância e da ganância.

Noções das coisas- Darcy Ribeiro. SP
 Vamos estudar o texto?

Primeiro é muito importante que você entenda tudo o que leu, por isso, risque as palavras que não conhece e faça uma pesquisa no dicionário para saber o seu significado. Essa atividade é muito importante para que você enriqueça o seu vocabulário!

1.. Dê os sinônimos de:

Turvas – rara – florescerá - destruirá

2. O que você entende quando se fala que
“...destruir a Amazônia é fruto da ignorância e da ganância...”

3. Por que será que o autor desse texto chamou a Floresta Amazônica de “Pulmão do mundo”?

4. Em quantos parágrafos o texto foi escrito?  Quem o escreveu?

5.Que tipo de texto é esse?

(       ) narrativo                (       ) informativo          (       ) poético                  

6. Quem é o “europeu” citado no texto? Quando ele chegou ao nosso continente?

7. Quem habitava as terras brasileiras antes da chegada do “europeu”?

8. Quantos anos equivale a “um século”?


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